Considerando as pichações feitas no prédio da Escola Municipal de Ensino Fundamental, Marechal Castelo Branco, durante esta madrugada, a Prefeitura de Jaguarão vem por meio de nota oficial manifestar repúdio a este e qualquer ato de violência contra o patrimônio público. Convidamos a comunidade para participar de um mutirão de limpeza, que será realizado nesta quinta-feira (03), a partir das 14:00h, na Escola, com vistas a retirada das pichações. Apoiamos a nota de repúdio emitida pela escola e tomaremos todas as medidas cabíveis para a reversão dos estragos causados à mesma.

Na oportunidade registramos que em nossa cidade, ocorreu na tarde de ontem (31) uma audiência pública como parte do evento “Tudo está gravado na Memória: os 50 anos do Golpe Militar no Brasil”, dentro da escola Castelo Branco, que discutiu a história e os reflexos da ditadura no país, até os dias de hoje. Entre os dias 8, 9 e 10 do corrente mês, outras audiências estão programadas para as demais escolas do município, de forma a proporcionar o diálogo com a comunidade escolar e o tratamento deste tema através de projetos educativos.

Destacamos ainda que não esqueceremos que no dia 1° de abril de 1964, os militares tomaram o poder à base da força e instauraram uma Ditadura de Segurança Nacional, que durou 21 anos no Brasil. O primeiro dos generais a comandar o país naquele período, que ficou conhecido com os “anos de chumbo”, foi Humberto de Alencar Castelo Branco, autor dos quatro primeiros atos institucionais, que eram, na verdade, atentados diretos a democracia.

No dia 1º de abril de 2014 descomemorou-se os cinquenta anos do Golpe Militar no Brasil, que jamais deve ser esquecido, e diversos grupos organizados, em todo o país, se propuseram, através de atos públicos, a trabalhar o resgate da memória, que se buscou por muito tempo acobertar.

Encerrando nossa nota reafirmamos mais uma vez que somos totalmente contrários ao ato realizado na madrugada de 31 de março de 2014, quando foram realizadas pichações na escola Castelo Branco, com frases contra a ditadura e agressivas aos olhos da comunidade, que atrasam em muito o diálogo e as ações educativas debatidas com a mesma.