Foi formalizado na manhã de quinta-feira (22), na Associação dos Artesãos de Jaguarão, o pedido de reconhecimento do “Croché em Jacquard” como saber do patrimônio cultural imaterial. O documento, assinado por diversas artesãs em lã do município, foi entregue pela senhora Nilva Domingues Silveira ao novo Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio Grande do Sul, Eduardo Hahn.

As artesãs estão mobilizadas pela salvaguarda da técnica, que consiste na composição de desenhos com a trama da lã de diferentes tonalidades, em um processo que inclui a extração da matéria prima, a lavagem da lã, o cardamento, a fiação em roca ou em fuso e a confecção de peças diversificadas, onde se destacam os elementos de vestuário como ponchos, palas e ruanas, característicos da indumentária da região do pampa. O pedido de reconhecimento e salvaguarda visa a valorização das artesãs e deste saber, e se deve, especialmente, ao entendimento de que a técnica corre o risco de desaparecimento, por ser bastante morosa e cultivada por um grupo reduzido de mulheres, que utilizam o artesanato como forma de geração de renda e sustento para as famílias.

Segundo Eduardo Hahn, o pedido será analisado pelo IPHAN e serão avaliadas medidas para a preservação e difusão deste saber. Além do documento, foram entregues ao Superintendente matérias referentes ao artesanato local e dois documentários produzidos pela EMATER, que abordam o Croché em Jacquard e o trabalho das artesãs jaguarenses.

O artesanato em lã ovina é uma atividade tradicional do meio rural de Jaguarão, onde a ovinocultura é uma importante atividade econômica, principalmente na propriedade familiar. A busca pela sua valorização poderá abrir, ainda, caminhos para a proteção do patrimônio rural do município, que possui seu Conjunto Histórico e Paisagístico, já tombado pelo IPHAN.

Texto: Andrea Lima