Para se proteger e valorizar um bem cultural é necessário conhecê-lo. Com este intuito, foi iniciado na quarta-feira (15) o trabalho de pesquisa sobre a técnica do “croché em Jacquardt”, produzida em Jaguarão por um grupo de artesãs em lã, que busca o reconhecimento deste saber como patrimônio cultural imaterial. Durante todo o dia, foram realizadas entrevistas e filmagens, onde se reuniu um importante material preliminar, que irá compor a documentação audiovisual sobre o processo. Cerca de dez mulheres contaram um pouco de suas histórias de vida, trouxeram relatos sobre como aprenderam a fazer o artesanato e mostraram as etapas que o croché em Jacquardt envolve, desde a transformação da lã crua em fios e a confecção de palas, ponchos, ruanas e demais peças confeccionadas de forma tradicional.

O trabalho inicial de pesquisa, realizado a partir de uma parceria entre a Emater e a Secretaria de Cultura e Turismo, visa a construção de conhecimentos para que se desenvolva um plano de fomento e salvaguarda do saber, a ser desenvolvido pelo Município, que buscará também o apoio de outros parceiros e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Por essa técnica de trabalho envolver um processo muito demorado e que exige dedicação e gosto, há uma preocupação, por parte das artesãs, sobre a continuidade do saber. Elas relatam o pouco interesse da juventude em aprender e desenvolver a técnica e contam que chegam a levar, às vezes, mais de trinta dias para produzir uma única peça. Por conta disso, discute-se a necessidade de registro da técnica como patrimônio cultural imaterial e medidas para reverter, em médio e longo prazo, seu risco de desaparecimento.

Secretaria de Cultura e Turismo